segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Duas dicas sonoras

Nesses tempos bicudos do rock brasileiro, tempos no quais “bandas coloridas” fazem sucesso, sou obrigado a admitir que Caetano Veloso e sua banda Cê (juntos desde 2006) fazem um dos melhores sons da atual cena rock.
Mas para tentar fugir um pouco das velhas bandas do eixo Rio–São Paulo, trago aqui duas dicas sonoras: Eddie e Validuaté.


Eddie


Formado na cidade de Olinda – Pernambuco e com mais de 20 anos de carreira, o Eddie é uma banda da chamada primeira geração do movimento manguebeat, mas não é tão badalada quanto seus contemporâneos da Nação Zumbi e Mundo Livre S/A.
Você provavelmente já ouviu “Quando a maré encher” gravada pela Nação Zumbi e pela Cássia Eller em seu acústico MTV saiba que essa música é do Eddie. No vídeo abaixo o vocalista/guitarrista Fábio Trummer explica como surgiu a música:

http://www.youtube.com/watch?v=vFz-dSQL0e8

Misturando rock, pop, samba com manguebeat, o Eddie chega a um resultado final excelente, com uma música super swingada e dançante. Sem contar as várias referências que fazem ao seu estado natal, em músicas como “Eu ia” e “Não vou embora”, verdadeiras aulas de geografia e do carnaval da cidade de Olinda.


Baixe: “Falta de sol”, “Metrodux” (instrumental), “Futebol e mulher”, “O céu” (com a participação de Karina Buhr no vocal), “Pode me chamar”, além da clássica “Quando a maré encher”.


Validuaté



“Seis caras da cidade de União e Teresina pensando a harmonia dos atratotes estranhos – que são os movimentos vários de culturas do resto do mundo”. Assim que essa banda do Piauí se define no cd de estreia, o ótimo “Pelos pátios partidos em festa”. Conheci o som deles em 2009, graças a um primo, quando estive em Teresina.

O Validuaté (pronuncia-se Válido até, tal qual escrito nas embalagens de alimento) mistura rock, samba e MPB com pitadas de elementos regionais como na música “Amorlâmpago” que diz que “o amor é feito de relâmpagos arremessados no escuro...de um clarão absurdo”. Segundo a wikipedia, Teresina é a terceira cidade do mundo em incidência de raios e trovões.

Destacaria a música “Superbonder (um hino para a pós-modernidade), em meio a essa discussão atual de pós modernidade, muito bem trabalhada nos livros do sociólogo polonês Zygumunt Bauman, a banda elege o Superbonder “que cola tudo, os cinco dedos da mão, o solo rachado do sertão e as bolhinhas da água em ebulição” como um verdadeiro antídoto para a pós-modernidade. Desde “Balada de Madame Frigidaire” do Belchior que não via uma música tão genial a respeito de um objeto!


Baixe: “Meu bem, nem venha”, “Ela é” e “A lenda do peixe francês”.

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