sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Reveillon

Feliz 2011, mas reflitam com a letra abaixo:

U2 - New Year's Day

All is quiet on New Year's day
A world in white gets underway
And I want to be with you
Be with you night and day
Nothing changes on New Year's day
On New Year's day
I will be with you again
I will be with you again

Under a blood red sky
A crowd has gathered (in) black and white
Arms entwined the chosen few
The newspapers say it says
Say it's true say it's true
And we can break through
Torn in two we can be one
I, I will begin again
I, I will begin again

I will be with you again
I will be with you again
I will be with you again
I will be with you again

http://www.vagalume.com.br/u2/new-years-day.html#ixzz19jNNxCpi

sábado, 25 de dezembro de 2010

Paradoxos

Dizem por aí que para ser um bom músico é preciso um bom “ouvido”; Beethoven quando compôs sua obra prima, a nona sinfonia, era totalmente surdo. Para ser um bom fotógrafo é preciso ter “olho”, mas o que estes diriam ao ver fotografias lindas feitas por cegos?

Será que realmente existem pessoas com dom/habilidade fora do normal?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

País tropical

“Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. Jorge Benjor – País tropical

Pois é galera, o ano acabando, já é natal na Leader Magazine fazem 2 meses, mas agora é para valer e o verão se aproxima trazendo o calor no coração... mas tudo isso é só para reverenciar o mestre Jorge Benjor, devoto de São Jorge e protagonista de shows que duram no mínimo 3 horas (pergunte a quem já foi em algum show dele..).

O verso acima é o melhor primeiro verso de música da história do pop brasileiro. Nessa música ele resumiu tudo o que o brasileiro tem na alma, mas nunca consegue concretizar. Nós quase moramos no paraíso e a música fala disso.

Ouçam Jorge Benjor, pois suas músicas super combinam com o verão!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A fotografia é o balé da arte

Cena que aconteceu direto este ano quando reencontro alguém que não vejo tem um tempo:
- “E aí Léo Jorge, como é que vc tá? O que está fazendo?”
- Tou bem. Terminando a licenciatura em sociologia e estou fazendo uma pós em fotografia.
-“Ah legal, eu gosto de fotografia”.
- Eu também.


A frase título é do genial fotógrafo francês Henri Cartier Bresson. Não sei se todos sabem, mas ontem foi o meu último dia de aula na pós-graduação em Fotografia na Universidade Cândido Mendes no Centro do Rio de Janeiro.
Ao longo deste ano pude conhecer e conviver com pessoas maravilhosas da pós, sendo estas das mais diferentes formações. Turismólogos, fotógrafos profissionais (um dos alunos era fotógrafo do jornal O Globo), engenheiros, cineastas, designers, historiadores e sociólogos compunham a fauna da turma. Juntos bebemos (4 edições de um churrasco memorável), fotografamos, saímos para lugares até então inéditos para mim como o Vivo Rio, estádio do Vasco (eca!), festa de São Jorge e viajamos para Paraty em outubro. Lá rolou o festival internacional de fotografia Paraty em foco. Junto com Olinda eu acho Paraty é a cidade mais fotografável que já fui. Em Paraty até os cachorros fazem pose para foto!
Pude estudar muito sobre arte, teoria e prática fotográfica. Foi um período de muito aprendizado sendo melhor ainda por ter sido feito ao lado de pessoas que também amam a fotografia. Não tem dinheiro no mundo que pague conviver com gente assim. Eu já fui chamado até de “turista japonês” somente pelo fato de querer tirar fotos. Ouvir algo assim é totalmente brochante para quem gosta de fotografar...
Cabe lembrar que a semente fotográfica foi plantada em mim ano passado, mas exatamente no curso da Sociedade Fluminense de fotografia em Niterói. Lá fiz bom amigos que conservo até hoje e também era o mascote da turma, embora esse intercâmbio com pessoas mais velhas tenham me feito muito bem, espero que a elas também.

E alguns ainda insistem que fotografia não é arte... Eles não sabem de nada!

Obs: Sim eu estou feliz e emotivo, mas em breve o blog volta a sua programação normal. Enquanto isso participe das campanhas: “Léo Jorge para vereador da Lapa – RJ em 2012” e “Léo Jorge quer ter um milhão de amigos e ganhar 1 real de cada um”.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Niterói essa doida balzaca

*título de um livros de contos sobre a cidade de Niterói, autor Luiz Antônio Mello.

Na segunda-feira passada (22/11), Niterói ("cidade das águas escondidas" em idioma tupi) fez 437 anos, mas mantendo seu corpinho de trinta... Nasci e fui criado aqui, apesar de gostar do Rio admito que meu coração bate mais forte ao regressar a cidade de Araribóia *

Algumas peculiaridades da minha cidade:


Temos uma cena de hip-hop relativamente importante, destaco os rappers De Leve ( o “Eminem brazuca”), Black Alien (o Mr. Niterói), Speedfreaks e os grupos Oriente-se e Quinto andar. Essa cena começou no rinque de patinação do parque Campo de São bento no bairro nobre de Icaraí. A cena rock da cidade também é forte, com destaque para o movimento “Araibóia Rock” e seus shows na UFF, Ilha da Conceição e Gragoatá;

Na seara cultural, temos o primeiro curso superior de cinema do Brasil, fundado nos anos 70 pelo cineasta Nelson Pereira Santos na Uff (Universidade Federal Fluminense, não confundir com o time de 3 cores). A doce atriz Mel Lisboa foi aluna do curso;
Falando em doce, o refrigerante mais doce do mundo (Mineirinho) foi fabricado aqui por muitos anos;

Aqui surgiu o Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1922. O PDT é muito forte por aqui, tem afinidades com o regime de Fidel chegando a promover um evento cultural chamado “Niterói encontro com Cuba”;

O maior complexo de fortes e fortalezas do Brasil é nosso e a menor ciclovia do mundo também! (100m no calçadão da praia de Icaraí);

A herança indígena é muito forte, visto que vários nomes de praias e bairros são de origem indígena;

E por último, mas não menos importante: os primeiros dados divulgados pelo Censo do IBGE revelam que Niterói é um harém. Minha terrinha é a quinta cidade do país com a maior proporção de mulheres: 53,69%. Em números absolutos, são 35.963 a mais do que homens. Eu sugiro adotarmos a poligamia!

*Cacique indígena (Araribóia significa “cobra feroz” em tupi) que fundou a cidade, sim somos a única cidade do Brasil fundada por um índio! Em homenagem a ele há uma estátua defronte a estação das barcas em Niterói (barcas que fazem a travessia Rio - Niterói pela Baia de Guanabara).

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais*

* Verso da canção Baader-meinhof blues, música do primeiro disco da Legião urbana cujo título é o nome de uma organização terrorista alemã de extrema esquerda.


Podia estar aqui escrevendo sobre os bons momentos que tem acontecido na minha vida ultimamente, sobre fotografias, sobre ontem ter terminado a UFRJ e ter saído de lá com 2 diplomas depois de 6 anos, mas essa onda de ataques no Rio de Janeiro me brochou totalmente a escrever alguma coisa e me faz perguntar porque infelizmente, nós sociólogos só aparecemos em eleições e situações de violência urbana...

Crônica da cidade do Rio de Janeiro *

No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o Cristo Redentor estende seus braços. Debaixo desses braços os netos de escravos encontram amparo.
Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando seu fulgor, diz muito tristemente:
- Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar ele daí.
- Não se preocupe – tranqüiliza uma vizinha. – Não se preocupe: Ele volta.
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na cidade violentas soam tiros e também tambores: os atabaques ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos. Cristo sozinho não basta.


* Eduardo Galeano Livro dos abraços, pág 78. 1989 (mas super atual)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eduardo Galeano

Admito que literatura nunca foi meu forte, pois meu negócio é mais música. O maior contato com livros que tive na vida foi na faculdade, quando me vi envolto por xeroxs e livros de sociologia, antropologia, história e ciência política. Porém em 2008 isso mudou porque descobri um escritor uruguaio chamado Eduardo Galeano. Li um livro dele chamado “Futebol ao sol e à sombra” e me encantei. O livro contava a história do futebol desde suas origens até a copa de 2002, entremeada por causos do futebol brasileiro, uruguaio e argentino. Galeano também é autor de “As veias abertas da América latina”, clássico livro de história que começa com uma frase genial: “Há dois lados da divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializam em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta”.Meu livro favorito do Eduardo Galeano é “O livro dos abraços”, uma série de pequenos contos e boas histórias. A maneira como ele escreve é cativante, se um dia eu conseguir com a fotografia fazer 1/9 do que ele faz com as letras já me darei por satisfeito =)
Segue abaixo um trecho do livro, espero que gostem:


A celebração da voz humana/2



Tinham as mãos amarradas, ou algemadas, e ainda assim os dedos dançavam, voavam, desenhavam palavras. Os presos estavam encapuzados; mas inclinando-se conseguiam ver alguma coisa, alguma coisinha, por baixo. E embora fosse proibido falar, eles conversavam com as mãos.
Pinio Ungerfeld me ensinou o alfabeto dos dedos, que aprendeu na prisão sem professor: - Alguns tinham caligrafia ruim – me disse -. Outros tinham letra de artista.
A ditadura uruguaia queria que cada um fosse apenas um, que cada um fosse ninguém: nas cadeias e quartéis, e no país inteiro, a comunicação era delito.
Alguns presos passaram mais de dez anos enterrados em calabouços solitários do tamanho de um ataúde, sem escutar outras vozes além do ruído das grades ou dos passos das botas pelos corredores. Fernández Huidobro e Mauricio Rosencof, condenados a essa solidão, salvaram-se porque conseguiram conversar, com batidinhas na parede. Assim contavam sonhos e lembranças, amores e desamores; discutiam, se abraçavam, brigavam; compartilhavam certezas e belezas e também dúvidas e culpas e perguntas que não têm resposta.
Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada”.



• P.s: a trilha sonora ideal para ler os livros acima é o disco Clandestino do artista Manu Chao. Um verdadeiro manifesto sonoro em homenagem a América Latina, não por acaso o próprio Galeano é citado nos agradecimentos do disco. A música titulo reflete o drama dos milhares de imigrantes ilegais que “por não carregarem papéis (documentos) são proibidos de viver pelas autoridades”.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Lost in the supermarket *

* 8ª música do ótimo disco London Calling do The Clash


Hoje fui no mercado com meus pais, depois de uns 7 meses sem ir ao mercado fazer compras de mês. Além das ofertas do mês, pude notar o quanto o supermercado funciona como uma espécie de laboratório para a observação do comportamento humano, já que é antiético usar humanos para pesquisas sociológicas, eu recomendo o supermercado como posto avançado de observação antropológica e nas linhas que seguem vou tentar explicar o porque.

- como um determinado produto em liquidação provoca as reações mais extremadas nas pessoas. Em alguns casos não me admiraria se as pessoas sentassem em cima dos produtos para impedir as outras pessoas de comprá-los

- a falta de educação das pessoas; atravessar carrinhos no meio do corredor impedindo a circulação é algo corriqueiro. Total falta de senso prático e egoísmo aflorado. Desbravar os corredores requer um exercício de paciência sobrenatural.

- supermercado também é cultura. Como? Eu explico: a fotografia mais cara da história se chama 0.99 centavos e foi feita num supermercado. O autor é o alemão Andréas Gursky que conseguiu módicos 3 milhões de dólares por esta foto http://passmethemalkplease.files.wordpress.com/2008/04/gursky.jpg

- ainda no campo da arte, hoje pela primeira vez na vida vi uma lata de sopa Campbells que inspirou o artista Andy Warhol a fazer este quadro da pop-art: http://www.osarmenios.com.br/wp-content/uploads/campbell-parede.jpg


Tais observações foram feitas embaladas pelo som de Cachorro Grande, Jota Quest e Xuxa nos alto-falantes do mercado...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Diversos

Em meio a carros de som de políticos, falta de gols do Flamengo e dias quentes e noites chuvosas eu achei um texto bem bacana do Drummond que fala sobre política. O legal é que era de uma coluna dele no Jornal do Brasil (que desde 1º de setembro de 2010 não existe mais como jornal, agora só na internet).
Gostava do Jornal do Brasil, antes dele virar tablóide e ficar uma porcaria o achava mais "politizado" e completo que o Globo. Nos meus tempos de calouro me sentia intelectual ao ler o JB na biblioteca da UFRJ...


Eu vi



Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 15/05/80 - Caderno B - Pg. 1)

Vi um homem chorar porque lhe negam o direito de usar três letras do alfabeto para fins políticos. Vi uma mulher beber champanha(*) porque lhe deram esse direito negado ao outro.

Vi um homem rasgar o papel em que estavam escritas as três letras, que ele tanto amava. Como já vi amantes rasgarem retratos de suas amadas, na impossibilidade de rasgarem as próprias amadas.

Vi homicídios que não se praticaram mas que foram autênticos homicídios: o gesto no ar, sem conseqüência, testemunhava a intenção. Vi o poder dos dedos. Mesmo sem puxar o gatilho, mesmo sem gatilho a puxar, eles consumaram a morte em pensamento.

Vi a paixão em todas as suas cores. Envolta em diferentes vestes, adornada de complementos distintos, era o mesmo núcleo desesperado, a carne viva;

E vi danças festejando a derrota do adversário, e cantos e fogos. Vi o sentido ambíguo de toda festa. Há sempre uma antifesta ao lado, que não se faz sentir, e dói para dentro.

A política, vi as impurezas da política recobrindo sua pureza teórica. Ou o contrário.. Se ela é jogo, como pode ser pura... Se ela visa o bem geral, por que se nutre de combinações e até de fraudes.

Vi os discursos...


* O projeto de reorganizar o PTB, empreendido por Brizola ainda no exílio, preocupou a ditadura militar. Em maio de 1980, o general Golbery do Couto e Silva, o bruxo do regime, articulando manobra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tira a sigla das mãos de Brizola e a entrega a Yvete Vargas, uma sobrinha distante de Getúlio, recém cooptada pelos militares. Ao ser informado da decisão, Brizola, em lágrimas, rasga uma folha de papel onde estavam as letras PTB e funda o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Ivete comemorou sua "vitória"abrindo uma garrafa de champagne.

quinta-feira, 11 de março de 2010

10 motivos para não ir ao show do Guns n´ Roses

1 – Supondo que você não seja endinheirado e só tenha condições de pagar a meia- entrada da pista normal e queira ver o show, sugiro levar um binóculos militar usado pelos olheiros do tráfico nos morros cariocas, além de um perna de pau igual de palhaço no circo, já que na sua frente estará uma enorme “pista vip” que ocupa mais da metade da platéia
2- Axl Rose não tem mais pique, sex appeal, carisma e a voz de antes; limitando-se a correr de um lado para outro do palco
3- Não vai ter o guitarrista Slash!
4- Aliás, além do Axl e do tecladista Dizzy Reed (que estreiou no Guns em 91, no Rock in rio 2 no Maracanã) não existe mais nenhum membro original. Desafio a qualquer fã da banda ou alguém que irá ao show a me dizer quem são os atuais baterista/guitarrista e baixista da banda sem consultar o Google...
5- O último show deles por essas bandas (janeiro de 2001, no rock in rio 3) foi um verdadeiro circo (Axl Rose ensaiou um discurso melodramático típico das novelas globais, com direito a intérprete brasileira emocionada, colocou a bateria de escola de samba para tocar no fim do show, fez um dos guitarristas cantar uma música de Tim Maia; ou seja Axl ora transformou o palco num divã, ora num palanque). Eu estava nesse show e do alto dos meus 13 anos achei maravilhoso, mas ver o Guns novamente me soaria como ouvir uma piada mal-contada
6- O ingresso (mesmo o mais barato e meia-entrada) é muito caro, por esse valor você pode ver o show do Franz Ferdinand na Fundição Progresso (e ainda sobra dinheiro), ou 3 bons shows de música brasileira no Canecão ou 6 bons shows no Circo Voador (levando em conta que todos os ingressos serão meia-entrada)
7- O visual caricato da banda de Axl joga fora toda a estética original do Guns, responsável pelo sucesso mundial do grupo
8- A acústica da Apoteose é ruim
9- Músicas novas? Alguém as quer? Fala sério! Se não tocarem Sweet child o´mine, Patience e Welcome to the jungle eu sugeriria acionar o Procon para reaver o dinheiro do ingresso.
10- Poupe seu dinheiro! Correm boatos de bons shows no Brasil (com sorte no Rio de Janeiro) para 2010 e 2011. Lembre-se que foram os mesmos boatos que nos trouxeram ano passado: Oasis, Radiohead, Kiss, dentre outros.

quarta-feira, 3 de março de 2010

"I said I know it's only rock 'n roll but I like it" (Rolling Stones)

Inicialmente, pensei em escrever nesse blog sobre música, fotografia, trilhas e outros assuntos que me agradassem. Hoje falarei um pouco sobre duas coisas que adoro: fotos e shows, ou seja, fotografias de shows.
Admito que é difícil tirar boas fotos em shows (pouca luz e muito movimento são alguns fatores que prejudicam). Listo abaixo algumas dicas para se obter uma boa foto:

• Não use flash! Esse é um erro básico que a maioria comete; o máximo que vai acontecer é iluminar as cabeças das pessoas que estão na sua frente e escurecer o palco.


• Ouse! Arrisque! Use o zoom da sua câmera (em geral uma ampliação/zoom de 3x garante bons resultados). Experimente novos modos de imagem da sua câmera (preto e branco, vívido, sépia..) para melhores resultados regule o ISO de sua câmera para 800 ou superior e selecione o modo de tirar várias fotos com um só clique (burst ou multi burst) assim você não precisará esperar alguma imagem boa e não perde nenhum movimento.


• Aproxime-se do artista, aproveite os momentos finais do show (antes do bis e depois do bis) e vá lá para frente do palco. Essa proximidade costuma render boas fotos. O fotógrafo húngaro Robert Capa, famoso por cobrir o desembarque dos aliados na Normandia no dia D da segunda guerra mundial, dizia: “Uma boa foto assim o é quando você pode estar perto o suficiente para fotografar”. A tragédia de sua morte se deu exatamente por isso (Capa morreu ao pisar num mina na guerra da Indochina no anos 50).


E boas fotos e bons shows para todos ;)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Videoclipes

Impressão minha ou videoclipes antigos eram bem melhores que os atuais? Engraçado que agora com youtubes da vida e uma pá de canais de música (ou seja uma maior oferta de clipes na praça) clipes que passavam na MTV ainda me chamam mais atenção que os atuais...
Nos anos 80, as bandas de rock gringas caprichavam no seu audiovisual e Michael Jackson estourava orçamentos na produção de clipes antológicos cujas coreografias eram (e até hoje são) imitadas mundo afora. Na década de 90, chega ao Brasil a MTV ajudando a desenvolver a cena de rock por essas bandas e nos anos 2000 temos o mp3 que abalou o pop e a difícil tarefa de eleger “a melhor banda de todos os tempos da última semana” (parafraseando a música do Titãs de mesmo nome).
O sucesso das cantoras Lady Gaga e Beyoncé, passa pelos videoclipes, creio eu. Afinal seus clipes coreografados e bem produzidos são um alento em meio aqueles velhos vídeos clichês de hip-hop “pimp” (cordões de ouro em forma de $, mulheres gostosonas e carros turbinados) que ainda reinam nas paradas musicais.
Sem querer pagar de nostálgico, mas digam aí qual foi a última vez que assistiram a um clipe que chamasse a atenção de vocês? E qual o clipe que vocês mais gostam? Caixa aberta para comentários, caso não consigam comentar, podem me escrever: leojorgeramos@gmail.com

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Internacionalização da Amazônia

Durante debate ocorrido no mês de Novembro de 2000, em uma universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, e atualmente senador Cristovam Buarque (PDT), foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. Um jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Segundo Cristovam, foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para a sua resposta:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado
Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

(*) Cristovam Buarque foi governador do Distrito Federal pelo PT, ministro da educação e reitor da Universidade de Brasília (UnB), nos anos 90.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sobre rádios durante a madrugada

Eu adoro rádio. Acho o mais democrático dos meios de comunicação, estando presente desde um simples radinho de pilha ao mais avançado dos ipods. Nas férias passadas tive a oportunidade de fazer um curso de locução e pude cobrir o desfile de carnaval das escolas de samba do Rio numa rádio aqui em Niterói, foi uma experiência muito bacana.
O que me deixa chateado é a baixa qualidade do rádio (pelo menos aqui no Rio), cujo o dial está entregue a rádios que só tocam músicas impostas pela gravadora (num esquema conhecido como jabá) ou músicas católicas/evangélicas, mas ainda há salvação e ela ocorre durante a madrugada... Talvez pelo fato de os níveis de audiência serem menores, a programação da madrugada é muito melhor! Experimente ouvir alguma rádio de músicas (ou até mesmo de notícias) durante a madrugada e veja a diferença. Na madrugada de domingo para segunda, quando voltava de São Paulo para o Rio de ônibus, tive a sorte de escutar um ótimo programa na CBN (860 am ou 92.5 fm) sobre os 20 anos de morte da cantora Nara Leão: http://cbn.globoradio.globo.com/programas/sala-de-musica/2010/01/30/REPRISE-ESPECIAL-SOBRE-OS-20-ANOS-DA-MORTE-DE-NARA-LEAO.htm Nesse link vocês podem ouvir o programa especial sobre a cantora musa da bossa nova que em plena ditadura dava entrevista contra o regime militar (fato este que quase a levou presa, tendo sido necessária a ajuda do escritor e amigo Carlos Drummond de Andrade que escreveu esse belo poema para Nara):

“Meu honrado marechal
dirigente da nação,
venho fazer-lhe um apelo:
não prenda Nara Leão (...)
A menina disse coisas
de causar estremeção?
Pois a voz de uma garota
abala a Revolução?
Narinha quis separar
o civil do capitão?
Em nossa ordem social
lançar desagregação?
Será que ela tem na fala,
mais do que charme, canhão?
Ou pensam que, pelo nome,
em vez de Nara, é leão? (...)
Que disse a mocinha, enfim,
De inspirado pelo Cão?
Que é pela paz e amor
e contra a destruição?
Deu seu palpite em política,
favorável à eleição
de um bom paisano – isso é crime,
acaso, de alta traição?
E depois, se não há preso
político, na ocasião,
por que fazer da menina
uma única exceção? (...)
Nara é pássaro, sabia?
E nem adianta prisão
para a voz que, pelos ares,
espalha sua canção.
Meu ilustre marechal
dirigente da nação,
não deixe, nem de brinquedo,
que prendam Nara Leão.” - Carlos Drummond de Andrade

Ainda sobre rádios fica a dica de leitura: “A onda maldita – como nasceu e quem assassinou a fluminense FM” de Luiz Antonio Mello Editora Xamã, 1999. Livro que reconta a história de uma rádio de rock muito famosa no Rio de Janeiro dos anos 80.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Noite passada um show salvou a minha vida

É possível um show renovar ou acabar com a carreira de um artista/banda? Eu creio que sim e trago a vocês um exemplo.

Em 1985 foi realizado no Rio de Janeiro o festival de música Rock in Rio, uma das principais atrações era o cantor americano James Taylor que passava por um momento difícil em sua carreira. Recém separado da sua esposa (a cantora Carly Simon) e viciado em drogas, Taylor estava decidido a encerrar sua carreira, mas antes ele cumpriria o último compromisso de contrato, tocar no Rock in Rio. Sábia escolha!

No dia 12 de janeiro de 1985, diante de 250 mil pessoas Taylor se surpreendeu com a recepção/carinho do público e resolveu continuar sua carreira artística. Em homenagem ao ocorrido, Taylor até compôs a balada "Only a Dream in Rio" (Apenas um sonho no Rio), que integrou o disco "That's Why I'm Here", na qual declama versos em agradecimento como "I was there that day and my heart came back alive" ("Eu estava lá naquele dia e meu coração voltou à vida").

Em 2001 (16 anos após esse show histórico), James Taylor foi convidado para fechar o primeiro dia do festival Rock in Rio 3 e disse ser “questão de honra” participar do festival.


Link para a música 'You´ve got a friend" de James Talyor ao vivo no rock in rio 85:

http://www.youtube.com/watch?v=5fpGcf4Y7GE



Obs: Não é à toa que os artistas estrangeiros consideram o público brasileiro um dos melhores do mundo.

Obs 1: O festival Rock in rio está completando 25 anos em 2010. Foi um marco na história da música brasileira, colocando o Brasil na rota dos grandes shows internacionais. Pela primeira vez na história a platéia de um show foi iluminada e deu um show à parte. Brian May, guitarrista da banda inglesa Queen, diz ter sido o melhor show deles e a melhor versão já executada da música Love of my life. Reparem no vídeo como o vocalista Freddie Mercury “rege” o coral de milhares de vozes. http://www.youtube.com/watch?v=QD0OsIDog0I